domingo, 25 de setembro de 2011

CARTA DE UM PROFESSOR, DIGNIDADE, UNIDADE E LUTA

Professores

Hoje eu vou criticar cada um de vocês e, incluindo-me, reclamar por nossa falta de empenho em defender nossa profissão e carreira. Percebo que é minha função ser responsável, mas também ousado nas considerações.
A profissão e carreira de professor deixaram, a muito tempo, de serem consideradas importantes neste país. Desde 1980 até hoje estamos acumulando perdas enormes em nossos salários. Nosso modo de proceder foi de sempre recuar, recuar, perder, perder e o, mais grave, aceitamos isso como inexorável. Somos os únicos responsáveis por nossas perdas pois muitas vezes ficamos preocupados em defende o sustento imediato e suplicadamente rogamos ao governo para não cortar o já pouco salário que recebemos.
Admitimos que é pouco o que ganhamos, mas não temos consciência que somente uma luta mais ampliada, firme e corporativa, sem retrocessos e colocando na mesa realmente o que queremos, poderá retornar, para nós, ganhos e valorização salarial da carreira. Um bom salário é sinal de respeito sim, de reconhecimento. Vejam: médicos, advogados, desembargadores, fisioterapeutas, enfermeiros, faxineiras, todos possuem uma organização forte e não abrem mão de salários adequados para suprirem suas necessidades. Uma faxineira cobra hoje 50 reais por diária. Parabéns as faxineiras, pois elas acordaram e reconheceram que s eu trabalho é cansativo e que, portanto precisavam exigir uma melhor remuneração. Requerendo é verdade maior especialização. Somente o professor, coitado, pobrezinho anda com o pires nas mãos e rogando de joelhos diante do governador “não corte o já pouco salário que ganho”. Precisamos ter vergonha de nosso modo de proceder.
Os professores de Minas Gerais já perceberam a importância de estarem firmes em sua greve, pois é imperativo reerguer a profissão e carreira do professor a um patamar satisfatório e garantir condições adequadas de vida ao professor.
Perdoem-me, perdoem-me, mas estou indignado. Minha indignação é somente uma: porque não lutamos por algo maior, a dignidade profissional? Porque insistimos em pensarmos sempre no menos? Será que não merecemos o melhor? Nenhuma ameaça do governo pode ser aceita: nem corte de pontos, nem demissão de temporários, etc. Isto acontece porque somos fracos em nossas posições. Isto acontece porque professore não estão na luta, ficam em casa. Acontece porque somos fracos. Professor que é professor não arreda o pé, assume a luta e vai as últimas conseqüências e é capaz de dizer ao governo que pode cortar pontos, salário, etc que não será suficiente para tirá-lo da luta por algo superior e melhor: ter orgulho da profissão e missão que tem: ser professor.E, pode dizer isso, porqu e tem consciência que governo que fizer isso pagará caro, muito caro por seus atos. Que a greve é sim capaz de renovar a realidade gritante no qual se encontra.
Obrigado
Emídio Brito

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