sábado, 3 de dezembro de 2011

NOTA DE REPÚDIO À ATITUDE DA SUPERITENDÊNCIA DA SEDUC/SEFOR NA REGIÃO 3 DIANTE DA REALIZAÇÃO DOS ZONAIS No último dia 29 de novembro (terça-feira)

No último dia 29 de novembro (terça-feira), vários docentes da região 3 da rede pública estadual chegaram à escola polivalente José Bezerra de Menezes, para a realização de mais um zonal da nossa região (marcado para iniciar às 16h). Ao chegar no local, muitos de nós deparamo-nos com uma surpresa desagradável. A superintendência da SEFOR responsável pela região 3, no nome do Sr. Célio Pinheiro, havia comunicado ao núcleo gestor da escola que o zonal não poderia ser realizado. O argumento é de que, com o fim da greve, não havia mais sentido realizar zonais, não poderíamos terminar as aulas um pouco mais cedo para nos organizar e, pasmem, as escolas não se constituem como um espaço de reuniões da categoria. Depois de informados do aviso da superintendência à gestão escolar, resolvemos garantir o zonal assim como havíamos decidido semana passada. Através desta pequena nota, gostaríamos de expor nosso amplo repúdio a postura antidemocrática e inibidora do superintendente da região 3 e, consequentemente, da SEDUC-SEFOR. Sinceramente, acreditamos ser grave o que ocorreu e, por isso, queremos expressar algumas idéias. Em primeiro lugar, não aceitamos nenhum tipo de intervenção do corpo administrativo do governo no movimento dos trabalhadores. Neste caso e, para deixar bem nítido, quem decide se é justo ou se faz sentido ou não fazer os zonais são os professores. Neste terreno, quem apita é a categoria. Ninguém da Seduc tem o direito de interferir em nossa organização de base. Absolutamente ninguém! A organização por local de trabalho faz parte não só da tradição do movimento sindical, como também está garantida em várias convenções coletivas e estatutos de entidades sindicais. É muito conhecido, por exemplo, a existência do corpo de representantes de base, também chamado de delegados sindicais. O motivo é simples: os trabalhadores precisam de um tempo, mínimo que seja para debater e tomar deliberações referentes às condições de vida e trabalho. No caso dos profissionais da educação, discutir os aspectos que são necessários para o desempenho de um bom trabalho pedagógico. Em segundo lugar, as unidades escolares não são propriedades da SEDUC. São patrimônios do Estado, pertencem à comunidade e gozam de autonomia para decidir acerca das atividades que podem ou não ocorrer dentro delas. Cabendo aos núcleos gestores administrar o funcionamento cotidiano das mesmas. Neste sentido, a atitude da superintendência da região 3 fere a autonomia escolar, pois passa por cima dos núcleos gestores, do corpo docente, administrativo, discente e funcional das escolas. Definitivamente, as escolas não são feudos e muito menos os superintendes seus senhores. Por fim, por se tratar de uma reunião de professores, querer proibir que os docentes da rede pública reúnam-se em seus locais de trabalho é no mínimo um completo absurdo. Trata-se de uma visão estreita acerca do papel da escola e dos educadores. Qual o problema dos professores reunirem na escola para debater sobre o plano de cargos e carreiras? Que crime estamos cometendo ao discutir a necessidade da implantação de uma lei que vai interferir no trabalho miúdo desenvolvido no cotidiano da sala de aula? Em nossa opinião, nenhum. Não compreendemos a escola como uma estrutura rígida onde professores, em suas salas de aula, passarão novos conhecimentos para os estudantes. A escola pode e deve ser um campo a serviço do debate e da construção de um pensamento crítico. Quando os professores fazem uma reunião desta natureza ou então realizam atividades de sensibilização com os estudantes e pais não estão infringindo nenhuma santa lei da pedagogia. Pelo contrário, estão utilizando a educação como uma ferramenta auxiliar a serviço das transformações sociais e, consequentemente, lutando por uma escola pública de qualidade e socialmente referenciada. Diante disso, só nos resta crer que a postura da superintendência é uma tentativa de interferir em nossa organização enquanto trabalhadores. Não aceitaremos essas posições, assédio moral ou atitudes coercitivas. Além de denunciar o ocorrido para o conjunto da categoria, estamos encaminhando uma denuncia formal à ouvidoria da SEDUC. Aproveitemos a oportunidade para informar que os zonais continuarão a ocorrer nas escolas. Sigamos fortes e unidos. Zonal da Região 3. Fortaleza, 29 de novembro de 2011.

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